
22 de julho de 2009
21 de julho de 2009
Um breve histórico da sistematização da Geografia
Existiram, basicamente, dois pressupostos históricos de sistematização da Geografia. Um deles ocorreu com o advento das Grandes Navegações, durante a transição do Feudalismo para o Capitalismo. Para garantir a posse das novas terras, as potências coloniais necessitavam de um conhecimento mais detalhado, possibilitado pelo desenvolvimento e aprimoramento de certas técnicas. Como exemplo podemos citar a cartografia, um instrumento geográfico por excelência. A representação cartográfica era uma necessidade posta pela expansão do comércio. Além disso, a exploração dos recursos naturais dos novos territórios europeus garantiria seu melhor gerenciamento. Portanto, a sistematização da Geografia nasce das necessidades decorrentes dos interesses coloniais.
Outro pressuposto está relacionado com a valorização dos "temas geográficos" pelo pensamento filosófico da época. Alguns teóricos, como Kant, enfatizaram em seus estudos a concepção de 'espaço'. Outros, como Hegel, destacaram a influência do meio sobre a evolução das sociedades, discussão que contribui para o surgimento do chamado Determinismo. Pensadores iluministas passaram por temas próprios da Geografia, como Rousseau, ao discutir as formas de poder e organização do Estado.
Vale ressaltar que a sistematização do pensamento geográfico não ocorreu de maneira homogênea em todas as partes do mundo: "O processo de transição do Feudalismo para o Capitalismo manifestou-se a nível continental na Europa. Porém, não de forma homogênea. Ao contrário, obedecendo a particularidades, em cada país onde se apresentou. Existiram, assim, vias singulares de desenvolvimento do capitalismo, que engendraram manifestações ímpares. A Geografia será filha de uma dessas singularidades". (MORAES, 2005: 57).
Referência bibliográfica:
MORAES, Antonio Carlos Robert de. "Geografia - Pequena História Crítica". São Paulo. Anablume, 2005.
A Geografia Clássica e o Positivismo
As diversas correntes da Geografia Clássica, ou Tradicional, na tentativa de eleger um objeto de análise, se apoiaram em elementos do Positivismo. Uma primeira manifestação dessa relação está na redução da "realidade" ao mundo dos sentidos, ou seja, a análise geográfica limitar-se-ia aos aspectos visíveis dos fenômenos, por meio do método indutivo, considerado, na época, o principal meio de explicação.
Outra evidência da relação entre Geografia e Positivismo refere-se ao fato de a Geografia ser considerada uma "ciência de síntese", isto é, ela é considerada o resultado final de todo conhecimento científico, no sentido de analisar e relacionar todo o conhecimento produzido pelas demais ciências.
Discussões paralelas
- o fato de existirem diversas concepções de Geografia, está relacionado com a questão da subjetividade de cada observador, construída a partir do seu posicionamento político e engajamento social, refletindo, dessa maneira, a forma como ele vê o seu objeto de análise. Portanto, não há uma única Geografia, ou uma "mais correta", e sim Geografias, que expressam suas individualidades e objetivos, ocasionando o amplo temário geográfico e na indefinição de um objeto específico.
17 de julho de 2009
Dica de filme: "Banhos" (Xizhao)
O foco principal do filme "Banhos" é o conflito entre um pai e seu filho mais velho. Mestre Liu (Zhu Xu) administra uma tradicional casa de banhos em Pequim, junto com seu filho caçula Er Ming (Jiang Wu), que sofre de problemas mentais. A casa é o ponto de encontro de diversas pessoas da vila, principalmente dos idosos, que se reúnem no local para conversar, ouvir música, ler, disputar campeonato de briga de grilo, entre outras atividades. A rotina da casa de banhos sofre uma mudança quando o filho mais velho do senhor Liu, o bem sucedido Da Ming (Pu Quanxin), temendo pela saúde do pai, deixa a próspera Shenzhen para visitá-lo.
Como pano de fundo dessa história, temos o retrato de uma China em constante transformação. À certa altura do filme, o senhor Liu e todos os moradores que vivem na região, recebem o aviso de que todo o bairro será demolido para a construção de um grande shopping center. Além dessa fase de transição, em que antigas e tradicionais instituições são "demolidas" na medida em que elementos capitalistas se impõem e se mostram cada vez mais presentes no cotidiano dos chineses, o filme também aborda a questão do sentimento de pertencimento que os freqüentadores da casa de banho construíram com aquele local ao longo do tempo.
Xizhao (Banhos), China, 1999, 92 minutos.
Como pano de fundo dessa história, temos o retrato de uma China em constante transformação. À certa altura do filme, o senhor Liu e todos os moradores que vivem na região, recebem o aviso de que todo o bairro será demolido para a construção de um grande shopping center. Além dessa fase de transição, em que antigas e tradicionais instituições são "demolidas" na medida em que elementos capitalistas se impõem e se mostram cada vez mais presentes no cotidiano dos chineses, o filme também aborda a questão do sentimento de pertencimento que os freqüentadores da casa de banho construíram com aquele local ao longo do tempo.
Xizhao (Banhos), China, 1999, 92 minutos.
11 de julho de 2009
O objeto da Geografia
O principal foco de discussão da primeira reunião de nosso núcleo foi a existência, ou não, de um objeto específico da Geografia, tendo como base o primeiro capítulo do livro "Geografia - Pequena História Crítica", de Antonio Carlos Robert Moraes. Nele, o autor apresenta uma breve explanação sobre a tentativa das distintas correntes geográficas em definir um único objeto de análise. Nesse sentido, percebemos que cada uma dessas vertentes procurou estipular um objeto de estudo que correspondesse às necessidades e interesses de suas épocas.
Ao final, sugerimos que não existe um objeto específico da Geografia, mas sim, um método de estudo que confere ao objeto uma dimensão geográfica, que, por sua vez, está relacionado com a análise da localização e distribuição espacial dos fenômenos, bem como as relações que esses estabelecem entre si.
Discussões Paralelas
- Na óptica da Geografia Renovada, há uma preocupação na definição de um objeto em especial?
- Pelo fato da Geografia "viver uma crise" relacionada à indefinição do seu objeto, ela pode ser considerada uma ciência? Ou seria uma disciplina?
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